Pirenópolis

Potenciais minerais de Goiás são avaliados no PERM

Com esses dados governo poderá produzir políticas públicas assertivas para o setor

Kharen Stecca

O Plano Estadual de Recursos Minerais é composto por diversos relatórios que visam, entre outras questões, mostrar os maiores potenciais do estado de Goiás no setor. Uma equipe formada por profissionais da área de Engenharia de Minas é responsável por boa parte dos cadernos que trazem o levantamento das principais oportunidades e ações que o estado pode investir na área de mineração. O professor da Universidade Federal de Catalão, André Carlos Silva, juntamente com a professora Elenice Maria Schons Silva, professor Marcos Agapito e uma equipe de seis graduandos em Engenharia de Minas ficaram responsáveis por alguns desses cadernos importantes do Plano. 

Os levantamentos apontaram os setores estratégicos que o Estado pode fomentar, aspectos legislativos de sustentabilidade, uso de novas tecnologias e mão-de-obra para o setor. Por esses eixos de trabalho é possível perceber que a proposta do PERM aborda todos os setores de forma a produzir um amplo e complexo relatório realmente capaz de subsidiar e alavancar o setor de mineração em Goiás. Abaixo destacamos detalhes sobre alguns destes relatórios coordenados pelo professor André Carlos Silva.

 

Pirenópolis
André Carlos Silva

 

Mapeamento de oportunidades do setor mineral - Neste relatório foram mapeados as oportunidades de crescimento do setor mineral no estado de Goiás, de forma a atender às crescentes demandas do país e do mundo por matérias-primas. Materiais tais como ouro, cobre, fosfato, alumínio, cobalto e nióbio foram estudados neste relatório.

Sustentabilidade da mineração - O professor ressalta que esta questão não é específica do Estado de Goiás, mas o relatório mostra o avanço do estado nas boas práticas de sustentabilidade na mineração, com ampla adoção das ESGs pelas empresas que atuam no estado. 

Minerais estratégicos - Neste relatório foram mapeados os minerais estratégicos para o Estado de Goiás. “Mas estratégico para nós vai além do que tem interesse mercadológico, bélico, militar, mas sim o que pesa para o PIB Goiano, o que gera renda para o Estado”, explica o professor. Ele explica que alguns autores não consideram, por exemplo, o calcário, uma rocha industrial, como crítico: “Mas para Goiás, um estado agrícola, ele é de extrema importância”, avalia. Há bens minerais que trazem alto retorno para o Estado e outros não: “a ênfase que determina a criticidade não é só o que é muito vendido ou prospectado, mas também o que o estado mais precisa”. Outro exemplo que ele cita são as rochas ornamentais: “Goiás pode não ser um grande produtor, mas é um grande consumidor e isso torna importante mapeá-lo”.

Agrominerais - segundo o professor André Carlos, os agrominerais costumam ser marginalizados pelo mercado devido ao baixo valor dos mesmos no Brasil. No entanto, segundo ele, vários testes de laboratório desenvolvidos em universidades, tais como a UFCAT, mostram o papel deles na nutrição de plantas: “Goiás precisa de agrominerais e tem potencial para suprir a sua demanda interna. Tanto que o estado ocupa um dos primeiros lugares no ranking de solicitações de registro junto ao MAPA e de pedidos de prospecção desse recurso mineral. O estado e vem crescendo a cada ano, se consolidando com um dos maiores produtores deste comoditie”. 

Panorama da aplicação das novas tecnologias - Segundo o professor, esse é um dos cadernos mais interessantes, pois mostra como a mineração mudou nos últimos anos. “10 anos atrás existiam os livros clássicos da área. Hoje não é mais possível estudar assim, visto que a indústria da mineração mudou muito rápido e muda todo dia. Há softwares para absolutamente qualquer atividade mineradora. A indústria mineradora de médio porte para cima de Goiás está absorvida na Indústria 4.0, na mecanização, sensoriamento, automação e a velocidade da mudança só vem aumentando. A maioria das grandes inovações já está presente em Goiás na indústria mineradora”, avalia o professor.

Previsão de demandas de bens minerais - Ele avalia que aqui há um gargalo que precisa ser solucionado: os dados do setor mineral são sempre apresentados em termos de país, mas não há uma especificação sobre o consumo de minerais do Estado de Goiás apenas. “Ter esse dado pode auxiliar, e muito, na definição da demanda de bens minerais do estado”. 

Caracterização da mão-de-obra - O professor afirma que este é um dos relatórios que ainda deve receber mais dados, mas avalia que a mão-de-obra produzida pelo Estado é absorvida pelo mercado, não só interno, mas externo ao estado. Ele explica que para auxiliar nesses dados estão sendo ouvidas empresas mineradoras, a fim de avaliar qual a mão-de-obra necessária nesse setor (para participar da pesquisa clique aqui). “Nossa experiência é que os estudantes do curso de Engenharia de Minas da Universidade Federal de Catalão, único no Estado, por exemplo, estão sendo absorvidos pelo  mercado, mas muitos vão para outros Estados trabalhar, como acontece com alguns engenheiros e engenheiras que também vêm para Goiás. Há movimento nos dois sentidos”, avalia. 

Avaliação das condições de saúde-ocupacional do estado de Goiás - Esse relatório, segundo o professor, foi feito com dados do Ministério do Trabalho e uma ampla investigação do setor. Ele afirma que Goiás se destaca em estado de excelência na saúde dos trabalhadores da indústria mineral, seguindo às normas e legislação vigente.

Fonte: Equipe PERM

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